06 Outubro 2022

As múltiplas dimensões da primeira Noite Europeia dos Investigadores na Fundação Champalimaud

A 30 setembro a Fundação Champalimaud recebeu, pela primeira vez, a Noite Europeia dos Investigadores (NEI).

As múltiplas dimensões da primeira Noite Europeia dos Investigadores na Fundação Champalimaud

Este evento público, organizado pelo consórcio RAISE – Researchers in Action for Inclusion in Science and Education (Investigadores em Ação para a Inclusão na Ciência e na Educação), composto pela ONG Native Scientist, a Fundação Champalimaud e o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), juntou-se às 49 NEIs que aconteceram em 25 países Europeus, na mesma data.

Cerca de 1200 pessoas visitaram seis diferentes áreas da Fundação Champalimaud e, ao longo de nove horas, exploraram um programa composto por 60 atividades gratuitas: da dança, às oficinas, da música às estações práticas de ciência, de visitas aos laboratórios a comédia stand up e speed dating a bordo de um catamarã que ligou esta programação à do Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva. Houve ainda momentos de conversa, mesas redondas, podcasts, futebol e muito, muito mais. 

NEI Wrap UP

 

“Apesar de sermos feitos da mesma matéria, pertencermos à mesma espécie e habitarmos o mesmo planeta, no que toca ao acesso a oportunidades e recursos somos muito diferentes. Com esta NEI procurámos promover a inclusão e a diversidade na ciência e na educação e, por isso mesmo, trabalhámos junto de membros da sociedade que continuam a ser deixados de fora ou se sentem afastados da ciência”, explica Catarina Ramos, Coordenadora do grupo de Comunicação, Eventos e Outreach da Fundação Champalimaud. 

Por um lado, as equipas do consórcio RAISE desenvolveram atividades e programas em escolas localizadas em territórios de ação educativa prioritária. “Em particular, o RAISE inclui  dois programas educativos  - o Ciência de Noz Maneira, a cargo  da Fundação Champalimaud e o Cientista Regressa à Escola, desenvolvido pela Native Scientist. Foi muito especial encontrar na programação da NEI alguns dos resultados da co-criação entre cientistas, alunos e professores.”, explica Joana Moscoso, Coordenadora da Native Scientist e do projeto RAISE. 

Por outro lado, graças ao financiamento conseguido por este consórcio junto da Comissão Europeia (ao abrigo das Ações Marie Skłodowska-Curie), cerca de três centenas de alunos e professores puderam deslocar-se gratuitamente até à Fundação Champalimaud e participar nesta NEI. “Saber que para muitos destes alunos esta foi a primeira vez que se sentiram perto da ciência e dos cientistas, é mesmo muito gratificante. Ver alguns deles a subir ao palco, outros a guiarem visitas aos laboratórios… relembrar as reações deles ao entrarem no auditório da Fundação Champalimaud e terem cadeiras “reservadas” para todos… são tudo momentos impossíveis de esquecer. Esta democratização da ciência é absolutamente fundamental.”, refere Inês Domingues, Coordenadora do Gabinete de Comunicação do iMM. 

Em paralelo a este trabalho realizado com as escolas, a organização deste evento estabeleceu  colaborações com instituições, associações e grupos de cientistas, artistas, atletas, comunicadores e educadores que, tal como o RAISE, procuram contribuir para uma sociedade mais inclusiva. 

“O programa diversificado da NEI resultou destas colaborações e o feedback tem sido muito positivo. Acreditamos que esta NEI tenha não só fortalecido e estabelecido novas ligações, como também criado oportunidades e disponibilizado recursos a quem mais deles precisa. Descobrir que foi neste evento que muitos viram o rio pela primeira vez ainda me deixa arrepiada. Estamos a falar de jovens que vivem a 15 minutos de carro do rio Tejo. São mesmo muitas as dimensões desta NEI.”, conclui Catarina Ramos. 
 

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