12 Outubro 2020

Acordo de Cooperação Portugal-China

Fundação Champalimaud e Primeira Universidade de Medicina de Shandong assinam acordo de cooperação na área da investigação e tratamento de cancro.

Acordo de Cooperação Portugal-China

A Fundação Champalimaud assinou um acordo de cooperação com a Primeira Universidade de Medicina de Shandong, instituição chinesa de referência na área da investigação médica. A parceria prevê o apoio técnico e científico da Fundação Champalimaud, o que a médio prazo deverá dar lugar à criação de um Instituto único no mundo dedicado à Imunotecnologia, um investimento que deverá ascender a 100 milhões de dólares. O acordo estabelece o envolvimento de diversos grupos clínicos e de investigação em Portugal e na China, sendo liderada pelo Prof. Markus Maeurer, médico e investigador principal do serviço de Imunoterapia e Imunocirurgia da Fundação Champalimaud.

O foco inicial desta colaboração incidirá sobre a Imunoterapia, que consiste em modular o sistema imunitário do paciente – ou de um dador – para combater, entre outras possíveis patologias, o cancro. A imunoterapia é particularmente relevante como linha de tratamento em cancros agressivos, difíceis de tratar, contra os quais existem poucas opções terapêuticas, originando por isso taxas elevadas de mortalidade e morbilidade. É o caso do cancro do pâncreas, na sua maioria silencioso, não-operável e fulminante.

O memorando assinado pelas duas instituições traça como objetivos a criação de projetos conjuntos de investigação translacional e desenvolvimento tecnológico. Está também prevista a conceção de estratégias de tratamento clínico robustas, agressivas, seguras e eficazes de que possam beneficiar milhares de pacientes nos dois países e reforçar os quadros das suas instituições através de programas de intercâmbio e de formação médico-científica avançada.

A Fundação Champalimaud irá, assim, partilhar com a universidade chinesa o seu know-how, os recursos técnico-científicos reunidos no seu corpo clínico e científico, bem como o acesso à sua rede internacional de colaboração. Este acordo insere-se na estratégia da Fundação Champalimaud em se afirmar como centro de referência a nível global para o estudo e tratamento do cancro do pâncreas.

A parceria com a Fundação Champalimaud assume particular importância para a Primeira Universidade de Medicina de Shandong e para a região, que reconhece com este acordo a enorme capacidade da Fundação Champalimaud na otimização dos seus recursos para a criação de programas de investigação de excelência e de modalidades de tratamento vanguardistas, bem como pelo grau de maturidade e experiência na edificação e gestão operacional do Centro Champalimaud para o Desconhecido, atualmente em expansão através do novo Centro Botton-Champalimaud para o Cancro do Pâncreas.

A longo prazo, pretende-se, em linhas gerais, fomentar e expandir a forte ligação do Centro de Imunotecnologia à Indústria, à Academia e ao Governo local, regional e nacional, expandir os programas de colaboração e cooperação internacional, e contribuir para o desenvolvimento do eixo Europa — China, tendo como parceiro importante e, em certa medida, privilegiado a Fundação Champalimaud e Portugal, como foi aliás sublinhado durante os discursos proferidos pelos Embaixadores José Augusto Duarte e Cai Run.

O investimento inicial previsto pela Primeira Universidade de Medicina de Shandong para o arranque deste programa de cooperação é de $10.000.000 de dólares, devendo a médio prazo chegar aos 100 milhões. A Primeira Universidade de Medicina de Shandong pretende dedicar um edifício no seu vastíssimo campus onde possa integrar as diversas equipas de investigação translacional, desenvolvimento, investigação e intervenção clínica, e onde permanecerão dedicadas à Imunotecnologia Oncológica e Infecciosa. O centro terá a designação de Centro Sino-Europeu para a Imunotecnologia (China-Europe Imunotechnology Institute).

A Primeira Universidade de Medicina de Shandong tem vindo a manifestar o interesse em que a Fundação Champalimaud esteja intimamente ligada, não apenas à sua criação e organização, mas à sua gestão a longo prazo. A instituição conta atrair numa segunda fase o investimento direto de outras entidades públicas e privadas, dentro e fora da região de Shandong.

O acordo foi assinado esta segunda-feira por João Silveira Botelho, vice-presidente da Fundação Champalimaud e por Han Jinxiang, vice-secretário-geral permanente da Primeira Universidade de Medicina de Shandong, numa cerimónia híbrida que juntou também, em suporte online, José Augusto Duarte, Embaixador de Portugal em Pequim e Cai Run, Embaixador da República Popular da China em Lisboa.

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