10+ anos de atividades de educação e outreach da FC - Testemunhos/Memórias

Q1. Partilha connosco a memória/momento mais gratificante que tenhas das atividades de educação de ciência e outreach em que participaste.

Neuronautas 

"A minha memória favorita (e acho que é a minha favorita simplesmente porque foi tão recente) foi receber feedback dos Neuronautas de 2022 sobre o quanto eles apreciaram que este programa não os avalie ou exija a realização de exames, e como isso lhes permitiu relaxar e concentrarem-se na aprendizagem, sem uma ansiedade associada às avaliações. Outro feedback que recebi foi que os alunos realmente sentem que os professores da Neuronautas se importam com eles como pessoas, como humanos, como indivíduos, e como isso tornou a experiência muito mais rica para eles. Adorei ter proporcionado esta experiência e alegria, de uma forma que celebra a aprendizagem e a curiosidade; Obrigada por terem tornado esta experiência possível!"
Danbee Kim

"Quando todos os outros grupos, à excepção do meu, tinham slides de agradecimento, especialmente para os professores, achei que os meus alunos não tinham tido tempo para o fazer, o que era compreensível, já que tínhamos trabalhado na apresentação literalmente até o último segundo, e na altura isso deixou-me um pouco triste. Foi então que eles me surpreenderam ao oferecerem-me um presente - um rato de computador em chocolate, pela ajuda que lhes dei com as tarefas de código. Ainda me aquece o coração pensar naquele momento e guardo o embrulho, com todas as assinaturas, na minha mesa de trabalho e o nosso pin de Neuronautas junto ao meu cartão da FC."
André Marques

Sciencecalifragilistic

"Relembro particularmente o Sciencecalifragilistic (acho que consegui soletrar sem precisar copiar/colar!), quando os alunos com quem trabalhámos perceberam que o trabalho científico exige muita repetição e "falha" — ou seja, re-formular perguntas, avançar com novas hipóteses — e não apenas momentos 'eureka'."
Pedro Ferreira

Ciência di Noz Manera & Science on the Walls

"Depois das primeiras sessões do Ciência di Noz Manera, lembro-me de ouvir alguns jovens a sussurrar entre eles sobre o facto de nunca terem sequer pensado em ser cientistas mas que agora achavam que era algo ao seu alcance (mesmo quando a Matemática não era o seu forte!)."
Márcia Fontes

"Science on the Walls: O maravilhoso caos de ter uma sala cheia de investigadores e estudantes sentados no chão, a perseguirem robôs, cobertos de fios e tintas, ainda que eu estivesse um pouco preocupada com a reação dos pais quando vissem o estado daquelas roupas! Estas preocupações eram infundadas e o feedback que veio de casa foi de que eles não paravam de falar sobre aquele dia - foi incrível."
Laura Ward

"Estes dois projetos têm um significado muito especial para mim, principalmente porque usamos a ciência como ferramenta de mudança social e os investigadores como elementos-chave para mudar a vida dos jovens. Além disso, ambos estão a acontecer no "meu" bairro, o que os torna ainda mais próximos do meu coração."
João Cruz

"Ciência di Noz Manera: Aprender alguns novos factos super interessantes sobre o meu país de origem com um aluno muito perspicaz que estava a participar na atividade. A partilha de conhecimento a acontecer nos dois sentidos! Todos levámos muito para casa naquele dia."
Laura Ward

European Researchers’ Night | Noite Europeia dos Investigadores

"Sentir o interesse e o apoio de diferentes gerações; desde crianças empolgadas em ver moscas-da-fruta num tubo até participantes mais seniores a partilharem connosco as suas experiências com a ciência e a esperança de que esta continue a melhorar a sociedade."
André Marques

"O puro entusiasmo de um aluno quando, imediatamente após fazer de guia de um grupo numa das visitas aos espaços da FC durante a Noite Europeia dos Investigadores disse: “Sempre que precisarem de mim, por favor, liguem, estou disponível e adoraria fazer isto de novo!” <3"
Laura Ward

"Ver os olhos de uma criança brilharem ao ter um contacto com a ciência é uma sensação inigualável da qual nunca me cansarei e que me impulsiona a continuar!"
Tiago Quendera

Eventos Ar

"Ajudar a organizar eventos Ar foi a minha melhor experiência na Fundação Champalimaud. Senti que estávamos a trabalhar como uma verdadeira equipa para um objetivo maior de impactar a sociedade, e esse foi o sentimento mais gratificante. O meu momento mais memorável foi trazer um grande grupo de capoeiristas ao palco do auditório e poder combinar a fusão de corpo, movimento, espírito, alma, música, resistência e ciência. Espero que o público tenha sentido essa unidade."
Sara Matias

"Ter o auditório lotado com um público cativado pelos mais diversos temas. Entradas esgotadas em horas/minutos! Discussões de horas com os outros membros sobre as razões pelas quais devemos comunicar ciência; o papel da comunicação na sociedade; as melhores e mais cativantes formas de envolver as pessoas, etc. A criação do Ar in a bar - um tipo de evento que nos permitiu chegar a um público bem diferente, e onde foi possível termos discussões mais aprofundadas sobre diferentes temas."
Anna Hobbiss

"Todo o programa do evento Ar dedicado ao tema da dança (DançAr), principalmente as oficinas de dança no auditório, permitiu que os espaços FC fossem utilizados pelo público de uma forma super informal - tenho uma ótima memória instantânea de ter feito uma aula de Danças Africanas no palco do auditório, com umas 20 pessoas."
Gil Costa

"Em conversa com amigos que não são das ciências, alguns meses depois de participarem num evento Ar, perguntavam-me “Descobriram algo mais sobre X? Eu adoraria saber em que ponto está essa investigação”, mostrando um interesse genuíno despertado pelo tópico do evento, ainda que revele uma expectativa irreal em relação ao que é a escala temporal em que a investigação científica acontece!"
Laura Ward

"Ver os nossos alunos a fazerem apresentações repetidamente mais coerentes e cativantes do que as realizadas pelos convidados que estavam a introduzir!"
Zach Mainen

"Um highlight recente foi fazer de MC (master of ceremony) do meu segundo evento Ar (Tripping into the Unknown), sobre um dos meus tópicos de estudo favoritos - e ver como ficou tão bem registado num vídeo - imortalizado pelas minhas infelizes escolhas de moda em 2020."
Tiago Quendera

Visitas Escolares & Outros Eventos Outreach

"Visitas Escolares à FC - É muito bom ser um exemplo e contribuir para que os jovens acreditem que podem ser cientistas e fazer investigação se esse for o seu interesse. Além disso, poder ajudá-los a encontrar as pessoas certas e guiá-los para um processo pelo qual passei e para o qual a minha experiência pode ser útil."
Ana Beatriz Machado

"Uma das lembranças mais gratificantes/memoráveis ​​que tive foi a de falar sobre a ciência básica que fazemos no nosso laboratório num evento de outreach. Conversei com várias pessoas, de todas as faixas etárias e lembro-me de conversar com um homem que sofria de uma doença há muito tempo (descobri recentemente que um bom amigo meu também foi diagnosticado com a mesma doença). O entusiasmo daquele homem, em querer saber sobre tudo o que estava cientificamente relacionado com o que fazemos, e como isso poderia ajudá-lo a si e a outras pessoas no futuro, foi algo que me fez sentir realmente realizado."
Nuno Rito

"A campanha online Conversas com Cientistas: Décadas de Ciência para Dias da Vacina - devido à estrutura online, foi realmente difícil sentirmos uma ligação próxima com o público, mas ainda assim houve certos casos em que senti que algumas noções preconcebidas sobre as vacinas e alguns sentimentos anti-vax eram abertamente discutidos após alguma resistência inicial. A minha esperança, e algo que continuo a valorizar, ​​é que pelo menos durante algum tempo, tenha feito os alunos pensarem um pouco mais sobre a situação e a importância de ajudarmos os outros, mesmo quando estes não estão necessariamente em risco."
André Marques

"Dia Mundial da Criança - Foi realmente incrível ter uma ideia e depois contar com todo o apoio da equipa CEO para me ajudar a realizá-la. Não posso agradecer o suficiente por todo o trabalho árduo que esta equipa realiza para tornar a ciência mais acessível a todos!"
Ana Beatriz Machado

"Marcha Pela Ciência - ver a comunidade científica de Lisboa a apoiar o financiamento da ciência."
Anna Hobbiss

"A descoberta de um mundo totalmente novo; os olhos brilhantes; a timidez. Compreender depois que o nosso contacto fez a diferença."
Maria João Villas-Boas

"Raízes da Curiosidade, um programa incrível que se traduziu num enorme impulso de desenvolvimento pessoal e partilha criativa, e que permitiu uma super-ligação com artistas de primeira linha e uma interessante parceria institucional. Aquela estreia no Black Box - CCB, diante de uma multidão, depois de meses de preparação, ainda me faz vibrar. Além disso, o mini evento 'Estudo do Ritmo Somático', no Espelho d'Água, foi um passo inicial para encontros Arte+Ciência em escala informal - lembro-me com carinho de tentar adquirir dados de EEG sobre percussão e ritmo como uma tentativa ingénua de gerar algo interessante ou apenas encontrar batidas num grupo de várias pessoas."
Gil Costa

Q2. Sentes que aprendeste/percebeste algo novo enquanto realizavas estas atividades?

"Percebi que esta nossa abordagem – de envolver diversos públicos com a ciência que produzimos e pensamos todos os dias – era algo que eu estava muito interessado em explorar. E foi o que acabei por fazer."
Pedro Ferreira

"Aprendi muito com todas estas experiências. Aprendi a comunicar melhor a ciência com o público e a adaptar o meu discurso ao público-alvo, em termos de idade, escolaridade, formação académica, contexto socioeconómico, etc. e trabalhar com outros cientistas e colegas incríveis na FC (e até de outros institutos) com quem eu provavelmente nunca me teria cruzado de outra forma. E sinto orgulho e recompensa sempre que vejo o impacto real que estas atividades têm sobre o público alvo."
Ana Beatriz Machado

"A organização dos eventos Ar na FC fez-me perceber como o potencial das pessoas é libertado quando a liderança permite às equipas usar essa liberdade."
Sara Matias

"Contribuir fez-me perceber o quanto gosto de partilhar conhecimento com outras pessoas, principalmente com os mais jovens, a ponto de pensar se devo/poderia seguir este caminho como próximo passo profissional. Além disso, a necessidade de melhorar continuamente a minha capacidade de explicar ideias científicas difíceis e complexas em termos simples - e em português, o que é raro."
André Marques

"Sempre que tento sintetizar aquilo em que trabalho, de modo a que seja algo digerível para o público em geral, acabo sempre por sentir que é inevitável aprender algo novo."
Filipe Rodrigues

"Sim: a importância de partilhar novas ideias e projetos científicos e de desconstruir barreiras."
Maria João Villas-Boas

"Claro! Descobrir que o nosso lugar enquanto cientistas era mais amplo do que o dos laboratórios onde trabalhávamos. E que temos muito em comum com outros tipos de criativos. Foi importante para o meu futuro “eu”, uma confirmação de que não estava limitado nas minhas possibilidades e horizontes."
Gil Costa

"A verdadeira extensão da desconexão em consciencialização e oportunidade entre públicos expostos e não expostos à ciência dentro de um raio geográfico muito pequeno. A diferença de expectativas foi impressionante e algo que espero que possamos continuar a trabalhar para mudar.
Além disso, o meu “português adolescente”! A minha sogra pergunta-se onde é que vou buscar algumas palavras! E, por último, mas não menos importante, a importância de um plano de contingência detalhado, mantendo a flexibilidade e a calma para reagir ao inevitável inesperado, nada no outreach sai exatamente como planeado!"
Laura Ward

"Absolutamente! Cada interação que tenho ao comunicar ciência é um momento de aprendizagem. Aprender a comunicar é uma habilidade que não valorizamos ou ensinamos o suficiente e foi ao participar nestas atividades que mais aprendi."
Tiago Quendera

"Demasiadas coisas para listar."
Zach Mainen

Q3. Que impacto achas que a tua contribuição tem/teve sobre os participantes?

"Acredito que meu maior impacto foi mostrar aos jovens que ser cientista pode assumir várias formas; que se pode integrar as artes e a ciência, não é preciso escolher entre elas; e que não importa o que venham a fazer com as suas vidas, o conhecimento, as ferramentas e as técnicas da neurociência só podem enriquecer e capacitar."
Danbee Kim

"Eu penso que é mais o impacto que os participantes tiveram sobre mim. Participar em tantos programas ao longo dos anos, em paralelo com os anos de formação que recebi no doutoramento, moldou a maneira como vejo, sinto e entendo o envolvimento do público com a ciência."
Pedro Ferreira

"Espero ter contribuído para que as pessoas vejam que a ciência não é um campo de conhecimento desvinculado das nossas experiências vividas."
Sara Matias

"Fazer com que os jovens percebam que a matemática e o código não são algo para se ter medo, mas sim algo cool e útil."
André Marques

"Interações repetidas e relacionamentos construídos entre investigadores e jovens aumentaram tangivelmente a confiança, a autoestima e a abertura. A longo prazo, acredito que os jovens envolvidos podem estar mais despertos para considerarem diferentes oportunidades futuras, fora da sua bolha."
Laura Ward

"Espero que tenhamos estimulado algumas pessoas a entrar na ciência ou pelo menos a ver que a ciência afinal está por trás de algo que nunca consideraram."
Zach Mainen

"Posso definitivamente personalizar esta questão: o Tiago Quendera ingressou no CR como investigador logo após o workshop de Ritmo Somático, algo que tenho a certeza ter mudado completamente a sua vida (e a do CR) ;)"
Gil Costa

"Espero ter inspirado alguns e, pelo menos, proporcionado momentos agradáveis! A minha maior esperança é ter-lhes ensinado algo sobre a importância do pensamento crítico e científico - duas das minhas três "coisas" favoritas em que gosto de pensar, às quais junto pensar em gatos."
Tiago Quendera

"Difícil saber com certeza, mas espero que algumas sementes tenham sido plantadas :)"
Filipe Rodrigues

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