As complicações neurológicas no cancro são frequentes. Pelo menos 10% dos doentes oncológicos irão desenvolver metástases cerebrais, sendo a incidência variável conforme o tipo de neoplasia, mas atingindo mais de 40% dos doentes nalguns tipos de neoplasia do pulmão. As complicações neurológicas não metastáticas do cancro, bem como as que resultam diretamente do seu tratamento, também são frequentes, podendo o seu diagnóstico precoce impedir a deterioração e a perda da qualidade de vida do doente. 

Quando em comparação com outras neoplasias, os tumores primários do sistema nervoso são pouco frequentes. Contudo, são muito diversos entre si, heterogéneos dentro de cada grupo e requerem, consequentemente, abordagens terapêuticas distintas, claramente centradas no doente e de natureza multidisciplinar. A definição de um plano terapêutico adequado a cada doente e o seu acompanhamento ao longo da doença, impõem uma avaliação cuidadosa de cada caso, exigindo conhecimento e experiência no diagnóstico e no tratamento das complicações que possam ocorrer ao longo da evolução clínica.