- Ciência, Tecnologia, Terapêuticas Digitais & Arte
Em Metamersion: Latent Spaces, prosseguimos a nossa viagem de descoberta de sinergias profundas entre Ciência, Arte e Tecnologia.
Eventos, Exposições, Musica & Bar
15, 16 & 17 Dezembro 2022
26, 27 & 28 Janeiro 2023
Champalimaud Warehouse - Doca Pesca F
A segunda edição do Metamersion – Metamersion: Latent Spaces – apresentará um programa com diversos eventos e exposições, em diversas datas em Janeiro de 2023. Este programa incluirá, pela primeira vez em Portugal, duas instalações do artista William Forsythe, da série “Choreographic Objects”, bem como várias peças de ciência-arte-tecnologia, com destaque para projetos colaborativos interdisciplinares da autoria de artistas e cientistas da Champalimaud. Por último, a exposição incluirá experiências imersivas de jogo, baseadas numa plataforma de neuroterapêutica digital pioneira, que permitirá ao público interagir com algumas das aplicações atuais da terapêutica digital.
Através de coreografias com um pêndulo, de movimentos que redesenham uma floresta, de realidade virtual e de experiências interativas capazes de recuperar funções motoras e cognitivas, o público ativará espaços latentes, fazendo com que os limites que separam a arte, a ciência e a tecnologia, bem como aqueles que dividem o passado, o presente e o futuro, se desvaneçam.
Contribuições Especiais
DEZ22
15 Dez - DJ GPU Panic
16 Dez - DJ jitterrr
JAN23
Comida por Chef Hugo Candeias, Ofício & Bebidas por Flamingo Mouraria Bar
DJ
METAMERSION: LATENT SPACES
Editorial por Joe Paton
Descoberta. Uma palavra que implica pré-existência, uma qualidade latente – escondida e dissimulada, ainda não desenvolvida ou manifesta – daquilo que irá ser encontrado. À superfície, confere a certeza inerente ao facto de que se vai ficar a saber mais do que se sabia antes. E, no entanto, basta arranhar a superfície para ver emergir uma visão efémera mais complexa. Os princípios elementares da natureza raramente se tornam diretamente acessíveis aos nossos sentidos e é por isso que a ciência, essa máquina da descoberta, baseada na evidência objectiva e na razão, é na realidade um exercício extremo de abstração. A ciência constrói a compreensão através de modelos provisórios do mundo, produtos da criatividade humana, válidos apenas na medida em que são úteis e fiáveis.
A arte, por outro lado, tem uma maior liberdade, com as suas características representativas e criativas à vista de todos. O que não impediu o arquitecto Frank Lloyd Wright de dizer que “A arte é uma descoberta e um desenvolvimento de princípios elementares da natureza em belas formas, aptas para utilização humana”. Haverá uma melhor definição da ciência do que a definição de arte de Wright?
A ciência e a arte têm mais em comum do que se depreende à primeira vista. Como alguém disse, o processo científico tem duas motivações: uma é perceber o mundo natural e a outra controlá-lo. Hoje em dia, essas duas motivações encarnam-se naquilo que chamamos, respectivamente, ciência fundamental e ciência aplicada. A biologia e a medicina são a forma fundamental e aplicada da ciência da vida, a física é a contrapartida fundamental da engenharia. É possível ver algo semelhante na arte, das ideias às aplicações, dos movimentos artísticos de vanguarda aos novos princípios de design aplicados a objetos utilitários tais como prédios. E, no entanto, olhando de mais perto, houve sempre uma interação entre todas essas áreas. As novas tecnologias dão origem a novos materiais e novas possibilidades de construir coisas, estimulando a imaginação e a criação de novas formas.
Em Metamersion: Latent Spaces, prosseguimos a nossa viagem de descoberta de sinergias profundas entre Ciência, Arte e Tecnologia. Na área da aprendizagem automática, um espaço latente é uma representação comprimida dos dados sobre os quais um algoritmo foi treinado a operar. Está dentro do algoritmo e portanto escondido do mundo exterior. Contudo, é aí que está implantada a funcionalidade nuclear na IA. Imagine-se um modelo treinado para traduzir línguas: um espaço latente essencial poderia ser de natureza semântica, onde residem os significados das palavras e as suas combinações, independentemente da língua utilizada para transmitir esses significados. Na nossa própria mente existe uma multiplicidade de espaços latentes, onde as pessoas que conhecemos, os nossos valores, as nossas memórias, as nossas acções poderiam residir, prestes a serem solicitadas quando necessário, ou atualizadas em resposta a novas experiências. Seria possível utilizar a tecnologia para puxar esses espaços latentes para fora, onde podem ser vistos e estudados? Quando sofreram danos ou parecem não estar à altura do seu potencial, seria possível investigar e desenvolver métodos para os melhorar? Dadas as profundas ligações entre as nossas mentes e a nossa fisiologia em geral, poderia ser esta uma poderosa forma de melhorar a saúde e de tratar a doença?
Este segundo Metamersion faz parte de uma série de eventos ligados a um esforço mais geral, que está a ser levado a cabo na Fundação Champalimaud, de utilizar a percepção e o movimento ao mesmo tempo como lentes e alavancas para a investigação e a reabilitação.
Convidamo-vos a explorar e a interagir com mundos dinâmicos, físicos e digitais, a abrirem a vossa mente a novas possibilidades de compreensão, onde o fundamental e o aplicado, o científico e o artístico se entrelaçam, formando novos materiais com poderosas propriedades para toda a humanidade. Vislumbramos uma espécie de saúde pública personalizada, empoderada pela ciência, a tecnologia e a arte, que tem em conta a profunda ligação entre a nossa mente e o nosso corpo, e o poder da percepção e da acção, para suscitar uma mudança sistémica naqueles nossos espaços latentes internos que, em última análise, constituem a base da saúde e do bem-estar.
MAIS sobre Neuroecologia Humana e Terapêutica Digital
Choreographic Objects, William Forsythe
Peça de Arte em Exibição
Choreographic Objects, William Forsythe
DEZ22 - JAN23
Em paralelo com as suas célebres obras de palco, o renomado coreógrafo William Forsythe desenvolveu filmes, instalações e esculturas a que chamou Objetos Coreográficos.
Segundo Forsythe, “um objeto coreográfico está, por natureza, aberto a todo um leque de incitações percetuais sem intermediação, não sendo necessário prioritizar qualquer tipo de destinatário. Estes objetos são exemplos de circunstâncias físicas específicas que isolam classes fundamentais de ativação de movimento e organização. Os objetos instigam processos no corpo que instrumentalizam a aptidão deste para fornecer input às nossas faculdades preditivas heurísticas, que agem continuamente para nos garantir uma maior probabilidade de obter resultados físicos e mentais preferenciais. A principal propriedade do objeto coreográfico é que o resultado preferencial é uma forma de produção de saber para quem se envolve com ele, gerando uma consciencialização aguda do eu dentro de esquemas específicos de acção”. No segundo Metamersion, duas obras da série “Choreographic Objects” de William Forsythe serão apresentadas.
Nowhere and everywhere at the same time
Uma sala com pêndulos de metal suspensos por arames. Os espectadores são convidados a participar numa coreografia com os objetos inanimados cujos movimentos foram programados.
Stellentstellen Film
O filme apresenta uma coreografia onde dois bailarinos combinam os seus corpos numa constelação enlaçada. Este puzzle óptico e físico em câmara lenta e em tempo real, que Forsythe chama de “entrelaçamento” (entanglement), é um híbrido de coreografia, filme e escultura.
William Forsythe tem vindo a desenvolver atividade na área da coreografia ao longo de mais de 45 anos. O seu trabalho é reconhecido por ter reorientado a prática do ballet, da sua identificação com o repertório clássico a uma forma de arte dinâmica do século XXI. O profundo interesse de Forsythe pelos princípios fundamentais de organização levou-o a produzir um amplo leque de projetos, incluindo instalações, filmes, e criação de saber baseada na Web.
O desenvolvimento e as exposições internacionais de Choreographic Objects, de William Forsythe, são tornados possíveis pelo generoso apoio de Susanne Klatten.
Atavic Forest
Peça de Ciência-arte-tecnologia em Exibição
Atavic Forest
DEZ22 - JAN23
Convidamos o público a experimentar as profundas memórias atávicas da nossa espécie atualmente latentes numa inteligência artificial generativa. Utilizando motion tracking, a experiência coletiva será guiada através de uma floresta ancestral via o movimento a decorrer na sala, enquanto a máquina tenta interpretar e amplificar o que está a ser sentido e visualizado.
Equipa criativa
- Lunar Ring (DE) é um coletivo de arte e ciência que explora novas formas de criatividade entre humanos e IA;
- Jonathan Uliel Saldanha (PT) é um artista sonoro e cénico que trabalha com pré-linguagens, dub, cristalização, percussão, alopoiese, animismo e eco;
- Gonçalo Guiomar (PT) é um investigador interessado em perceber os sistemas cibernéticos e autopoiéticos através da construção de instalações autónomas que desafiam as fronteiras entre o humano e a máquina;
- Zach Mainen (US/PT) é um neurocientista interessado na forma como a tecnologia pode ser utilizada para perceber melhor, explorar e enriquecer a experiência humana.
DEZ22
Performance musical @ Atavic Forest
Dez 17, 9:30: Por Clothilde & Joana Sá
Curadoria de André Gonçalves/ADDAC system
JAN23
Performance musical @ Atavic Forest
Co-Produção: POGO
Jan 26, 21:30: Sal Grosso and Aires
Curadoria de Colectivo Casa Amarela
Jan 27, 21:30pm: Phoebe, Usof and Odete
Curadoria de Rotten \ Fresh
Jan 28, 21:30: Carincur and João Pedro Fonseca
Curadoria de ZABRA
Bilhetes disponíveis no local, no dia de cada concerto. O valor reverte inteiramente para os artistas.
Latent Space I
Peça de Ciência-arte-tecnologia em Exibição
Latent Space I
JAN23
Uma peça que combina filme, instalação e realidade virtual para explorar a ideia de que a inteligência artificial pode ser capaz de ajudar-nos a crescer e a curar a mente, através de uma ligação que é visceral, e não óbvia, permitindo compreender-nos de uma forma que os outros não conseguem.
Experiência filme
Criado com a ajuda de inteligência artificial, a curta-metragem é sobre uma jovem que aparentemente está presa dentro de um sonho e é atingida por várias situações absurdas a acontecer à sua volta.
Equipa
Uma produção mots / Champalimaud Foundation / Zauberberg production
Com Siori Lee Koerner e Michael Bronczkowski
Realização Octavian Moț
Escrito por Daniela Nedovescu e Octavian Moț
Co-escrito por Zach Mainen e Răzvan Șandru
Experiência Virtual
Uma viagem única via realidade virtual interativa, onde os membros do público são convidados a mergulhar numa experiência de descoberta adaptada a cada participante, desenvolvida com as mais recentes tecnologias de inteligência artificial e realidade virtual.
Equipa
- Mots (DE) é um duo cineasta-artista que gosta de brincar na fronteira entre disciplinas e géneros através de filmes, instalações e arte digital;
- Satore Studio (PT/UK) é um estúdio criativo internacional e multidisciplinar, que combina design e tecnologia para dar vida a belos e arrojados conceitos, oferecendo experiências virtuais memoráveis de passarelas, palcos e cenários ao público de todo o mundo;
- Lunar Ring (DE) é um coletivo de arte e ciência que explora novas formas de criatividade entre humanos e IA;
- Eric Lacosse (US/PT) é um neurocientista interessado em criar tecnologia para superar os desafios atuais na obtenção de uma melhor saúde cerebral;
- Zach Mainen (US/PT) é um neurocientista interessado na forma como a tecnologia pode ser utilizada para perceber melhor, explorar e enriquecer a experiência humana.
- Razvan Sandru (RO/PT) é investigador especializado em fenomenologia e interessado nas experiências liminares e nas narrativas que elas suscitam.
- Scott Rennie (IE/PT) é um neurocientista que trabalha na criação de experiências imersivas focadas na exploração do comportamento humano e da fenomenologia;
- Gonçalo Guiomar (PT) é um investigador interessado em perceber os sistemas cibernéticos e autopoiéticos através da construção de instalações autónomas que desafiam as fronteiras entre o humano e a máquina.
- André Gonçalves (PT) é um artista, compositor, fundador e head developer da ADDAC System - Instruments for Sonic expression.
Palimpsest 0.0.1
Peça de Ciência-arte-tecnologia em Exibição
Palimpsest 0.0.1
DEZ22 - JAN23
Qual seria a aparência de uma inteligência sintética capaz de entender e cuidar das suas necessidades e desejos, até mesmo do seu bem-estar? Poderia adivinhar o que estava a tentar comunicar? Poderia tal inteligência aumentar a sua criatividade para um estado ainda mais lúcido? Com os recentes e gigantescos saltos de progresso em modelos generativos para síntese de imagem e compreensão de linguagem, começamos a ver evidências do potencial criativo (e às vezes limitações) de uma nova geração de algoritmos. Esta instalação convida os participantes a um diálogo com a inteligência de máquina de última geração, realizada por meio da troca de imagens.
Equipa
- Eric Lacosse (EUA/PT) é um neurocientista interessado em criar tecnologia para superar os desafios atuais na obtenção de uma melhor saúde cerebral;
- Zach Mainen (EUA/PT) é um neurocientista interessado na forma como a tecnologia pode ser utilizada para perceber melhor, explorar e enriquecer a experiência humana.
- Scott Rennie (IE/PT) é um neurocientista que trabalha na criação de experiências imersivas focadas na exploração do comportamento humano e da fenomenologia;
- Razvan Sandru (RO/PT) é investigador especializado em fenomenologia e interessado nas experiências liminares e nas narrativas que elas suscitam.
Wingy
Trabalho de Ciência-tecnologia em Exibição
Wingy
JAN23
Wingy, o amigável robô alado, é um dispositivo robótico de IA com baixo consumo de energia, com capacidade de interação humana por meio de reconhecimento de imagem e fala e síntese de voz e movimento, através da combinação de vários modelos de “deep learning”. Esta experiência interativa permite vislumbrar os avanços da tecnologia de IA e do potencial para uma ampla gama de aplicações nos campos da saúde e bem-estar.
Equipa
- Hardware and Software Platform (PT) é uma equipa multidisciplinar que apoia a inovação científica e tecnológica de ponta na Fundação Champalimaud através da conceção e desenvolvimento de novas aplicações nas áreas de engenharia electrónica, robótica, software e mecânica.
Mindmaze
Peças de Terapêutica Digital em Exibição
MindPod & MindMotion GO
DEZ22 - JAN23
MindPod
A investigação sugere que as pessoas com lesões e doenças neurológicas beneficiam de intervenções comportamentais frequentes e intensas. Enquanto experiência de jogo animado altamente motivador – baseado na evidência e em protocolos estabelecidos –, MindPod Dolphin foi concebido para promover a recuperação das funções motoras e cognitivas.
MindMotion GO
Criado para promover o tipo de movimentos que um doente praticaria tipicamente com um fisioterapeuta, esta terapia digital baseada no jogo é totalmente customizável de acordo com as necessidades e o progresso de cada indivíduo. Permite a captura de movimento (motion capture) de corpo inteiro através de tecnologia óptica sem marcadores, feedback em tempo real sobre a qualidade do movimento e inclui um dispositivo periférico para treinar a destreza manual.
JAN23
IZAR
O IZAR é um sistema inovador que surge associado à tecnologia do MindMotionGO e permite avaliar e treinar movimentos do punho, mão e dedos. Através deste sistema periférico de biofeedback os utentes podem treinar múltiplos componentes de motricidade fina, movimentos de preensão, destreza e manipulação, enquanto envolvidos por um ambiente de realidade virtual.
Equipa
- MindMaze é um líder global em tecnologia cerebral, cuja missão é acelerar a capacidade humana de recuperar, aprender e de se adaptar;
- John Krakauer (EUA) é neurologista e neurocientista. O seu leque de interesses vai da aprendizagem motora, do controlo motor e dos AVC à bioética.