02 a 02 Jun. 2023 - 08:00
Estão abertas as inscrições para a primeira Conferência sobre “Desafios da Medicina Intensiva no Doente Oncológico”, que terá lugar na Fundação Champalimaud no dia 2 de Junho de 2023.
Os doentes oncológicos correspondem a cerca de 15-20% de todos os doentes admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos (Bos et al. 2015; Shimalbukuro-Vornhagen et al. 2016); Aproximadamente 50% destes internamentos decorrem de procedimentos cirúrgicos, enquanto os restantes 50% estão relacionados com causas médicas, correspondendo apenas 3,3% a causas específicas de doença oncológica (Puxty et al. 2015).
Ainda muito recentemente, a mortalidade, em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), de doentes com cancro em estado crítico, era inaceitavelmente alta, especialmente para aqueles que necessitavam de ventilação mecânica invasiva. No entanto, com novos critérios de internamento em unidade de cuidados intensivos baseados em evidências, as melhorias gerais na gestão de disfunções orgânicas, os avanços no diagnóstico e tratamento de complicações específicas, bem como novas opções terapêuticas para o cancro e infeções, é previsível que o número de casos de doentes com cancro que necessitem de internamento em UCI continuem a aumentar nos próximos anos, constituindo um campo de formação contínua obrigatória para todos os intensivistas.
Os doentes que sobreviverem, após internamento nas UCI, irão recuperar favoravelmente no que respeita à qualidade de vida, alcançarão um estado em que a continuação do tratamento oncológico é viável, aumentando assim a sobrevida a longo prazo, bem como aproximar os resultados hematológicos e oncológicos daqueles alcançados por doentes com cancro que nunca necessitaram de internamentos em UCIs.
A consistente relutância em admitir doentes oncológicos críticos nas UCI não deverá continuar a ser perpetuada. Os cuidados intensivos tornaram-se uma pedra angular importante na continuidade do tratamento moderno do cancro.
O tratamento de doentes oncológicos críticos requer experiência em oncologia, cuidados intensivos e medicina paliativa. A abordagem interdisciplinar desses doentes é fundamental para identificar com precisão aqueles que irão beneficiar da transferência para a UCI e para otimizar o tratamento dos doentes mais vulneráveis que se encontram muitas vezes em situações de gestão complexa.
Estamos a caminhar para um tratamento individualizado e dinâmico que será adaptado não apenas ao tipo de tumor mas também à resposta imune do doente. O prognóstico do doente oncológico crítico é sensível ao factor tempo, pelo que, os intensivistas das UCI precisam fazer uma adequada seleção de doentes para uma admissão precoce e para diagnóstico e tratamento eficazes.
Esta reunião fornecerá assim uma visão global sobre os mais recentes avanços no tratamento individualizado de doentes oncológicos críticos e será uma plataforma para discussão das melhores práticas nesta área.
A inscrição é gratuita mas limitada ao número de lugares disponíveis no auditório da Fundação Champalimaud.
A inscrição é gratuita mas limitada ao número de lugares disponíveis no auditório da Fundação Champalimaud.
Para aceder ao programa completo clique aqui.
António Ricardo
Aurélia Martinho
Fausto Moura
José Bau
Ramiro Carvalho
Ricardo Coelho
Sofia Granadeiro
