23 Março 2023

Check Up #13 - Tipos de cancro

Que diferenças há entre eles?

Check Up #13 - Tipos de cancro: Que diferenças há entre eles?

Existem várias maneiras de classificar os cancros; duas delas são: conforme o órgão (ou tecido) em que o cancro tem origem, e conforme o tipo de células envolvidas. Os cancros também podem ser classificados como sólidos (tumores malignos) ou líquidos (cancros do sangue).

Utilizando o primeiro método aqui referido, obtêm-se mais de 200 tipos de cancro diferentes. Por ordem alfabética, os mais comuns são: cancro da bexiga, colorrectal (cólon e recto), do endométrio (útero), hepático (do fígado), leucemia (cancro do sangue), linfoma não-Hodgkin, da mama, melanoma (cancro da pele), pancreático, da próstata, pulmonar, renal e da tiróide.  

Utilizando a outra forma de classificação, o resultado resume-se a um punhado de tipos principais: carcinomas; sarcomas; leucemias; linfomas e mielomas; e cancro do cérebro e da espinal medula (sistema nervoso central).

Os carcinomas são cancros “epiteliais” – isto é, surgem na pele ou nas camadas de células que cobrem a parede interna dos órgãos (por exemplo, a parede intestinal).

Os sarcomas desenvolvem-se nos tecidos conjuntivos e de suporte do corpo (ossos, cartilagens, gordura, músculos, vasos sanguíneos. O osteosarcoma, por exemplo, é um cancro dos ossos. 

As leucemias são cancros ditos “líquidos” porque têm origem na proliferação descontrolada de glóbulos brancos anormais na medula óssea, o tecido que dá origem às células do sangue (a leucemia linfocítica, por exemplo, surge nos linfócitos, um dos principais tipos de células imunitárias).

Os linfomas também são cancros dos glóbulos brancos, mas têm preferencialmente origem nos gânglios e no sistema linfáticos – e podem formar tumores. Leucemias e linfomas podem ser facilmente confundidos.

Os mielomas, também conhecidos como mielomas múltiplos, desenvolvem-se nas células plasmáticas (células que produzem anticorpos específicos) da medula óssea, podendo também formar tumores.

Por último, os cancros do cérebro e da medula espinal, como os gliomas (que surgem nas células gliais, que não são neurónios), são tumores malignos das células do sistema nervoso central.

Segundo o Globocan (o Observatório Global do Cancro, https://gco.iarc.fr/), em 2020, em Portugal, os cinco cancros mais frequentes, classificados pelo órgão afectado (excluindo os cancros da pele que não são melanomas), eram o cancro colorrectal, o cancro da mama, o cancro da próstata, o cancro do pulmão e o cancro do estômago.  

A mesma fonte dava como sendo os cancros mais frequentes por tipo de célula envolvida, em 2020, em Portugal – além dos carcinomas, que são de longe o tipo de cancro mais comum – os linfomas não-Hodgkin, as leucemias, os cancros do cérebro e da medula espinal, os melanomas e os mielomas múltiplos. Os melanomas são cancros da pele produzidos por células específicas chamadas melanócitos (as células que produzem os pigmentos da pele e dos olhos). 

Para terminar, e só a título de curiosidade, alguns dos cancros mais raros do mundo são o cancro do apêndice, o cancro da vesícula, o melanoma ocular, o cancro do pénis, o do intestino delgado e o sarcoma dos tecidos moles.

Fontes

https://www.sitcancer.org/
https://www.cancer.gov/
https://www.templehealth.org
https://www.cancerresearchuk.org/
https://www.cancervic.org.au/
https://my.clevelandclinic.org/
 

Por Ana Gerschenfeld, Health & Science Writer da Fundação Champalimaud.
Revisto por: Professor António Parreira, Diretor Clínico do Centro Clínico Champalimaud.
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