11 Agosto 2025

Recrutamento de primeiro doente assinala um marco importante num ensaio clínico, sobre o uso de psilocibina para efeitos terapêuticos, financiado pela UE

O Consórcio PsyPal alcançou um marco importante com a inclusão do primeiro doente no ensaio clínico multicêntrico que investiga o tratamento, com psilocibina, de depressão e sofrimento psicológico e existencial em pessoas com doenças progressivas e incapacitantes. O primeiro doente foi incluído no Centro Médico Universitário de Groningen, nos Países Baixos – um dos quatro centros clínicos especializados que participam nesta iniciativa pioneira financiada pela UE.

Recrutamento de primeiro doente assinala um marco importante num ensaio clínico, sobre o uso de psilocibina para efeitos terapêuticos, financiado pela UE

“Este é um passo histórico”, afirma Robert Schoevers, director do serviço de Psiquiatria do Centro Médico Universitário de Groningen (UMCG) e investigador principal do PsyPal. “Após muitos meses de preparação, estamos entusiasmados por começar a trabalhar directamente com doentes.”

Financiado pela União Europeia e coordenado pelo UMCG, o PsyPal é o primeiro ensaio clínico multicêntrico financiado pela UE para abordar o tratamento com psilocibina. Especificamente, o ensaio irá explorar se a psilocibina, administrada num contexto de apoio psicoterapêutico, pode ajudar a reduzir a depressão e a ansiedade, bem como a melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), esclerose múltipla (EM), esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou Doença de Parkinson e outros parkinsonismos (DPA).

“Demasiadas pessoas que necessitam de cuidados paliativos sofrem de angústia psicológica e existencial avassaladora com a qual os tratamentos convencionais muitas vezes não conseguem lidar”, afirma Stephan Tap (UMCG), gestor do ensaio clínico. Ulf Bremberg (Osmond Labs), gestor do projecto, acrescenta: “Ao
combinar psicoterapia com um composto novo como a psilocibina, esperamos oferecer um apoio que vai além do alívio dos sintomas, atingindo esferas profundamente humanas como a conexão ligações humanas, o sentido e a paz. 

“Ensaios clínicos de grande dimensão, rigorosos e controlados, são etapas essenciais para que os doentes possam, no futuro, ter acesso a tratamentos psicadélicos na prática clínica”, diz Albino J. Oliveira-Maia, director da Unidade de Neuropsiquiatria da Fundação Champalimaud e investigador principal do centro PsyPal de Lisboa. “É um privilégio participar neste processo.”

Cada centro clínico irá tratar uma das quatro doenças visadas:

- Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) – UMCG, Países Baixos
- Doença de Parkinson e outros parkinsonismos (DPA) – Fundação Champalimaud, Portugal
- Esclerose Múltipla (EM) – Instituto Nacional de Saúde Mental, República Checa
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – Universidade de Copenhaga e Hospital Bispebjerg, Dinamarca

O ensaio irá incluir mais de 100 doentes em toda a Europa, cada um submetido a duas sessões de terapia com uma dose terapêutica (dose elevada) de psilocibina ou uma dose não-terapêutica (dose baixa), num ambiente clínico controlado. Com excepção do cancro, esta é a primeira vez na Europa que uma substância psicadélica é estudada num ensaio clínico dirigido a doentes que necessitam de cuidados paliativos. Assim, o primeiro doente a ser incluído no estudo PsyPal marca o início de um novo capítulo na investigação europeia sobre saúde mental.

A medicação utilizada no estudo (psilocibina) e toda a cadeia de abastecimento deste fármaco são totalmente apoiados pela Avextra Pharma, uma empresa alemã de biotecnologia orientada para a investigação e dedicada à investigação e desenvolvimento de medicamentos à base de plantas. Em colaboração com a Avextra, o consórcio PsyPal dedica-se a promover a compreensão dos efeitos clínicos da psilocibina, a sua acessibilidade e a evidência científica da terapia com psilocibina para doentes com necessidades significativas, em toda a Europa.

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Disclaimer

O PsyPal é financiado pela União Europeia. As opiniões e pontos de vista expressos são, no entanto, da responsabilidade dos seus autores e não reflectem necessariamente os da União Europeia ou da Agência de Execução Europeia da Saúde e do Digital (HADEA). Nem a União Europeia, nem a autoridade financiadora, podem ser responsabilizadas por eles.
 

Este comunicado de imprensa foi redigido pela equipa da Open Foundation, uma organização sem fins lucrativos que promove a investigação e a terapia psicadélica na Europa.
Traduzido por Ana Gerschenfeld, Health&Science Writer da Fundação Champalimaud.
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