Zoom-In on Champalimaud - Segunda Edição - Número 5

Zoom-In on Champalimaud: Justyna Kociolek

Venho  da Polónia, onde estudei  na Medical Military University em Lodz e onde depois tornei-me Radioncologista. Estou em Lisboa desde 2019, altura em que, graças a uma fantástica bolsa, pude trabalhar com a Unidade de Mama da Fundação Champalimaud e desde então  estou no Centro Clínico Champalimaud. Atualmente, tenho o privilégio de trabalhar no Serviço de Radioterapia. A vida pode surpreender-nos  - vim para cá  com o objetivo de  atualizar os meus conhecimentos e competências  enquanto  médica e entretanto, mais recentemente, tornei-me professora da nossa  Escola de Radioterapia, onde médicos de todo o mundo vêm aprender sobre as mais avançadas técnicas de Radioterapia Estereotáxica.

O que é que a maioria das pessoas não sabe sobre si?

Que sou uma velejadora famosa ;) Já dei uma entrevista à televisão e recentemente fui entrevistada por um jornal profissional de vela: aparentemente os portugueses estão fascinados com a razão porque  uma polaca compete numa regata local. Mas o que é mais engraçado é que comecei a velejar por causa da Fundação Champalimaud, um dia recebi um e-mail institucional com informações sobre a regata Troféu Fundação Champalimaud onde havia a possibilidade de colaboradores poderem participar. Não pensei duas vezes e respondi logo que estava interessada. Foi assim que dei por mim no veleiro do presidente da Associação Naval de Lisboa. Fui acolhida no barco Carioca como tripulante e logo depois fiz um curso de vela na Escola "Treino de Mar" na Doca de Alcântara. Hoje detenho uma licença portuguesa e sou skipper independente.

Qual é o seu destino de umas férias de sonho?

O meu sonho é comprar o meu próprio barco e, claro, fazer uma volta ao mundo a bordo. É mais  fácil falar do que fazer, e por isso este sonho terá que esperar. Para já, vou  acumulando experiência; Já consegui navegar pela costa de Portugal, ilhas Gregas, ilhas das Caraíbas mas o meu maior feito foi navegar de Lisboa para a Madeira: uma experiência que permite sentir o poder do oceano. Quando não vemos terra por alguns dias, ou o que vemos é apenas um pontinho no mapa e só em nós podemos confiar, é mesmo uma experiência inesquecível.

O que mais gosta em Lisboa, e que a maioria das pessoas não conhece?

A minha forma preferida de ver Lisboa é a vista do rio para a cidade, muda completamente a perspetiva, e permite-nos ver outros detalhes. Também gosto da vista que se tem de barco no rio para o edifício da Fundação Champalimaud: parece muito majestoso. Mas o que algumas pessoas poderão não saber é que há um restaurante no porto de Belém onde, no primeiro andar, longe do resto dos clientes que ali admiram o rio Tejo, há umas mesas, com vista para porto, onde os marinheiros locais vêm comer e desfrutar de  um menu diferente - na maioria das vezes com desconto para skippers :P