15 Setembro 2022

Zoom-In on Champalimaud - Segunda Edição - Número 9

Já alguma vez se questionou sobre qual seria o talento secreto de um cirurgião ou a música que um neurocientista escolheria num karaoke?

A série Zoom-In vai desvendar-lhe aquele lado da comunidade da Fundação Champalimaud, até agora escondido…

Zoom-In on Champalimaud - Segunda Edição - Liad Hollender

Zoom-In on Champalimaud: Liad Hollender

Comecei a trabalhar em Comunicação de Ciência na FC em 2012, logo após concluir o meu doutoramento em Neurociências. No papel, "Comunicador de Ciência" pode parecer uma posição bem definida, mas, na verdade, as minhas funções mudaram muito na última década. Comecei por produzir o relatório anual, mas rapidamente avancei para a escrita de ciência, produção de vídeos, organização e curadoria de exposições e muito mais... Pergunto-me como esta posição continuará a evoluir no futuro, mas, infelizmente, esse trabalho já será assegurado pelo meu sucessor, pois chegou a altura de deixar a FC para assumir uma nova posição numa revista científica. Acho que isso torna esta edição do “Zoom-in” mais um zoom-out. :)

P. Pode contar-nos uma experiência memorável que teve no CCU?

Uma das minhas melhores memórias é a do meu primeiro projeto fotográfico, que organizei para o relatório anual CR de 2011. Na época, não havia equipa de comunicação e a maior parte do trabalho artístico era feito por voluntários da comunidade. Para este projeto, fiz parceria com um talentoso fotógrafo, Wieland Brendel, na altura aluno de doutoramento e que agora é Investigador Principal na Alemanha. Como principal recurso visual do relatório, criamos uma espécie de "item-scape" para cada laboratório. Colocámos uma tela em branco no chão de uma sala vazia e convidamos os laboratórios a organizar itens que espelhassem/representassem a sua cultura científica e social. Foi a primeira vez que trabalhei com a comunidade e foi muito divertido. Foi uma forma de os conhecer a todos e sentir o entusiasmo e criatividade desta comunidade. O resultado é uma coleção espetacular que, até hoje, 11 relatórios depois, ainda faz deste relatório um dos meus favoritos. (link para fotos).    

P. O que ainda gostaria de aprender? (de preferência não relacionado com trabalho)

Gostaria de aprender árabe. Nasci em Israel, onde, embora 20% da população seja árabe, a maioria dos judeus israelitas não fala árabe. Cresci neste contexto e nem pensava nisso; era apenas como as coisas eram. Mas agora, como adulta, percebo como é ofensivo e um sinal claro da atitude de Israel em relação a essa parte da população. Idealmente, as aulas de árabe deveriam ser parte integrante do currículo escolar. Mas, por enquanto, gostaria apenas de garantir que, quando visitar Israel, consigo comunicar com todos. 

P. Qual é o melhor aspeto do seu trabalho?

Tive a sorte de ter vivido muitos "melhores". Um deles é a liberdade criativa que me foi dada. Sempre tive liberdade para iniciar novos projetos e nunca tive problemas em encontrar parceiros talentosos, tanto na minha equipa quanto na comunidade em geral. Outro é a constante mudança. O CR é um lugar muito dinâmico, às vezes até um pouco louco, mas certamente nunca é aborrecido. Finalmente, o melhor dos melhores são, claro, as pessoas. As pessoas que compõem a comunidade CR são criativas, calorosas, interessantes e muito divertidas. Elas são, de longe, aquilo de que mais sentirei falta. 

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