03 Dezembro 2025
Este momento representa um passo importante para a imagiologia pré-clínica e reforça a posição da Fundação Champalimaud na vanguarda da tecnologia de Ressonância Magnética (RM) a nível global.
A Fundação Champalimaud instalou um novo scanner de RM de 18 Tesla com íman horizontal, especialmente customizado na Alemanha, para o Laboratório de RM Pré-Clínica, um grupo liderado pelo Investigador Principal Noam Shemesh. Este sistema é o scanner de RM horizontal mais potente construído até hoje, sendo atualmente o único do seu género.
“Este será o sistema mais potente do mundo para imagiologia in vivo”, afirma Shemesh. “Ao combinar um campo magnético excecionalmente forte com bobinas criogénicas que amplificam o sinal, este equipamento permite funcionalidades que antes não estavam disponíveis.”
Segundo Shemesh, o scanner deverá fornecer novos níveis de resolução espacial e temporal em sistemas vivos. “O scanner de 18T foi concebido para ser o primeiro microscópio in vivo. A sua força de campo e arquitetura de bobinas abrirão novas possibilidades para a observação de processos biológicos em escalas que até agora eram difíceis de alcançar.”
O sistema permitirá assim aprofundar a investigação em áreas diversas.
Em neurociência, o sistema permitirá mapear dinâmicas neurais rápidas in vivo com elevada resolução, incluindo a observação do desenvolvimento e progressão de placas (aglomerados de uma proteína chamada beta-amilóide que se formam entre os neurónios) associadas à doença de Alzheimer.
Na investigação em cancro, o scanner possibilitará a visualização do processo evolutivo das células individuais, para tumores e metástases, eventos biológicos iniciais que evadem a deteção pela imagiologia convencional disponível. Este aspeto será particularmente relevante em estudos sobre cancro pancreático, em que os processos iniciais da doença são normalmente inacessíveis, podendo também vir a apoiar a avaliação de novas estratégias terapêuticas para as fases iniciais do desenvolvimento da doença.
“Essencialmente, este scanner terá impacto na investigação que vai desde modelos de Parkinson, Alzheimer e AVC até estudos de tumores cerebrais e metástases”, acrescenta Shemesh. “Vai expandir de forma significativa aquilo que pode ser medido de forma não invasiva em organismos vivos.”
O novo sistema de 18T irá complementar os equipamento de ultra alto-campo já existentes na Fundação Champalimaud: o scanner de RM Aeon de 16,4 Tesla (700 MHz) com íman vertical, utilizado principalmente em estudos ex vivo, e o scanner de 9,4 Tesla (400 MHz) com íman horizontal, instalado em 2015.
