Programa de Residências de Curta Duração
O Bridges to the Unknown organiza um programa de Residências de Arte-Ciência de curta duração, convidando artistas a trabalhar durante um curto período de tempo (1-2 meses) num projeto ou ideia específica, a desenvolver em colaboração com investigadores e/ou profissionais de saúde no Centro Champalimaud.
Nuno Cera - Dezembro 2024/Janeiro2025
Nuno Cera é fotógrafo e videoartista, sediado em Lisboa.
O trabalho de Nuno Cera opera na intersecção entre arte e documentário e aborda três formas fundamentais de mudança, a natural, a espacial e a temporal. Os seus projetos de investigação de longa duração envolvem diferentes agentes e colaboradores, entre cientistas, escritores e críticos. A sua obra foi exibida e publicada internacionalmente em várias instituições culturais.
Cera foi artista residente em Berlim (Künstlerhaus Bethanien), Nova Iorque (ISCP International Studios and Curatorial Program), Paris (Recollet) e Macau (Fundação Oriente). Em 2003 publicou com o arquitecto Diogo Seixas Lopes, o livro Cimêncio, um levantamento de paisagens suburbanas. Nomeado para o prémio BESPhoto em 2004. Entre 2007 e 2010 realizou o projeto Futureland, uma investigação artística sobre o crescimento urbano em nove metrópoles. Em 2012 recebeu a bolsa na XX edição da Fundación Marcelino Botín, Santander, com o projecto Sinfonia do Desconhecido I). Em 2019 recebeu o apoio da Dgartes–Ministério da Cultura / República Portuguesa para a vídeo instalação Sinfonia do Desconhecido II e em 2023 para a instalação vídeo Cérebros Distantes. Teve apoio a criação da Fundação Calouste Gulbenkian em 2023 para o projecto Acid Flamingo.
Nuno Cera foi um dos artistas convidados na representação oficial portuguesa na Bienal de Arquitetura de Veneza Public without rhetoric (2018) e Metaflux (2004).
Sobre a Residência de Arte-Ciência:
A residência faz parte da investigação artística Cérebros Distantes / Distant Brains (2023-2025). O projeto explora a evolução da interação entre robôs, humanos e plantas, imaginando uma arqueologia do presente. Desenvolvido em colaboração com a curadora Julia Albani, e a arquiteta e investigadora Joana Rafael, o trabalho articula-se como uma série de episódios, em que os robôs interagem com outras espécies inteligentes em diversos cenários, como fábricas, universidades e laboratórios. O projeto culmina numa instalação vídeo e numa série fotográfica, oferecendo uma perspetiva sobre as intersecções entre tecnologia, inteligência e os nossos ambientes partilhados.
Este projeto é apoiado pela República Portuguesa - Ministério da Cultura / DGArtes, e inclui também colaborações com o Laboratório de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa; 1825 - Research Studio for Architectural Visualization, Lisboa; Jardim Botânico de Berlim, Alemanha; e Volkswagen Aktiengesellschaft, Wolfsburg.
“Como artista, esforço-me por criar experiências que encorajem o público a refletir sobre questões contemporâneas prementes, partindo da convicção de que a expressão artística contribui de forma significativa para o nosso crescimento intelectual e social.” - Nuno Cera
Instagram: @nunocera; Website: nunocera.com
Opiyo Okach - Fevereiro/Março 2024
Opiyo Okach é performer, coreógrafo e designer de media. É o diretor artístico do GaaraProjects e divide o seu tempo de trabalho entre a França e o Quénia.
O seu trabalho explora e questiona as formas como percebemos e nos relacionamos uns com os outros através das nossas diferenças de corpo, cultura, geografia e convicção. É conhecido pelo seu trabalho com improvisação e composição instantânea. Nos últimos tempos, tem vindo a desenvolver um processo multidisciplinar nas intersecções da performance ao vivo e da criação digital.
O seu trabalho tem sido apresentado em África, Brasil, Europa e Estados Unidos e tem sido apresentado numa grande variedade de locais e festivais, incluindo o Panorama de Dança no Rio, Dancespace New York, Festival Avignon, Rencontres chorégraphiques de Seine-Saint-Denis, Dance Umbrella, Yerba Buena Centre for the Arts em São Francisco, Theater der Welt, Pact Zollverein na Alemanha.
Através de numerosas iniciativas, atua como catalisador do desenvolvimento da dança na África Oriental e continua a apoiar o aparecimento de uma nova geração de artistas de dança. Recentemente, iniciou o “Performance Lab Nairobi” - uma plataforma de colaboração para o processo de criação contemporânea no GoDown Arts Centre em Nairobi.
Recebeu inúmeros prémios, incluindo os “Rencontres chorégraphiques de l'Afrique et de l'océan Indien”, o “prix du Nouveau Talent Chorégraphiques SACD”, bem como o “Prince Claus Award for Culture and Development”.
Sobre a Residência de Arte-Ciência:
Esta residência é uma colaboração criativa entre Opiyo Okach, Nicklas Fricke e o grupo Immersive AI Systems da Fundação Champalimaud. Durante a residência iremos pesquisar e desenvolver uma nova linguagem coreográfica e um processo que integre a dança e a inteligência artificial. Trabalhando com improvisação em dança, motion tracking e IA generativa, iremos explorar relações e desenvolver interações entre o corpo e os ambientes sonoro, espacial e visual.
A mobilidade para esta residência é apoiada pela União Europeia e implementada pelo Goethe Institut.
Instagram: @okachopiyo; Website: gaaraprojects.com